sábado, 14 de dezembro de 2013

Desafio a todos para um simples exercício mental:


“Em minha garagem vive um dragão que cospe fogo pelas ventas.”
Suponhamos que eu faça a você uma afirmação como esta seriamente. Você vai querer comprová-la, vê-lo você mesmo. Ao longo dos séculos houve inumeráveis historia de dragões, mas nenhuma prova real. Que oportunidade!
— Mostre-me, diz você.
Eu lhe levo a minha garagem. Você olha e vê uma escada, latas de tinta vazias e um triciclo velho, mas o dragão não está.
— Onde está o dragão? — pergunta-me.
— Oh, está aqui —respondo apontando vagamente —. Me esqueci de
dizer que é um dragão invisível.
Você propõe cobrir de farinha o chão da garagem para que fiquem marcadas os rastros do dragão.
— Boa ideia — replico —, mas este dragão flutua no ar. Então você propõe usar um sensor infravermelho para detectar o fogo invisível. — Boa ideia, mas o fogo invisível não possui calor. Então você propõe borrifar tinta para torna-lo visível.
— Boa ideia, só que é um dragão incorpóreo e a pintura não lhe pegaria.
E assim sucessivamente. Eu rebato qualquer prova física que você me propõe com uma explicação especial de por que não funcionará.

Agora eu pergunto a todos, considerando a situação acima, QUAL é a diferença entre um dragão invisível, incorpóreo e flutuante
que cospe um fogo que não queima e um dragão inexistente?

Se não houver maneira de refutar minha opinião, se não houver nenhum experimento concebível válido contra ela, o que significa dizer que meu dragão existe?

Esse é um trecho do livro "O mundo assombrado pelos demônios", de Carl Sagan.

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