terça-feira, 31 de dezembro de 2013

*PENSAMENTO PARA O ANO-NOVO*



Quero tudo novo de novo. 
Quero não sentir medo. 
Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar. 
Quero sair pelo mundo. 
Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. 
Quero ver mais filmes, ler mais. Sair mais. 
Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. 
Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais.
Quero ser feliz, quero sossego. 
Quero me olhar mais. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais. 
Quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. 
Quero conhecer mais pessoas. 
Quero olhar para frente. 
Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. 
Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. 
Quero ousar mais. Experimentar mais. 
Quero menos ‘mas’. 
Quero não sentir tanta saudade. 
Quero mais e tudo o mais. 
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Vidinha Difícil!!


          Ser mulher sempre foi sinônimo de trabalho dobrado, falta de compreensão, filhos, casa, marido, etc. Mas percebo que cada vez mais e mais com o passar dos tempos e a inevitável tomada das mulheres no mercado de trabalho, cada vez mais mesmo está mais difícil ser mulher. No trabalho, no metrô, nos pontos de ônibus e depois nos ônibus lotados, na rua deserta á noite, no estacionamento do shopping, no trânito. Sofremos bullyng inclusive das próprias mulheres, absurdo total.
            Verdade. Homens não se preocupem, esse não é mais um discurso de uma feminista que não tem mais nada para fazer da vida, portanto nem adianta torcer o nariz e pensar, “lá vem elas de novo”. É sério, imagine só, “Trabalho”, no trabalho trabalhamos o mesmo que vocês ás vezes até mais, e adivinhem!!!!! Também cansamos o mesmo que vocês! Juro. Pois bem, não esqueçam que depois de tudo isso ainda temos casa, roupa, crianças, cachorros ou gatos, algumas ainda estudam e ainda jamais podemos nos esquecer de ser mulher, que só pela condição já nos dá uma trabalheira danada.
          Queridos amigos homens que estão lendo essas linhas, ajudem suas companheiras, se duas pessoas sujam, nada mais justo que duas pessoas limpem. Dividir as tarefas é o máximo, aproxima o casal, dá mais cumplicidade á relação, o casal passa mais tempo juntos, bate um papo enquanto limpa o box do banheiro, já imaginou? Que romântico!!

Dividir uma vida é dividir tudo o que se inclui nela. E a mulher tem o potencial de tornar as coisas mais belas á sua volta, mas ás vezes fica um pouco difícil dar conta de tanta coisa e ainda manter o glamour!!! Vidinha difícil é claro que todos nós temos, mas nós mulheres adoramos essa vidinha difícil mesmo assim.

Valdirene Egger
Acadêmica do curso de Licenciatura em Educação Física

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Um pouco de Drummond

"Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão." 


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

*Já não me importo*


Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,

Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.

E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.

Fernando Pessoa‬

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

E agora José?

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

-Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

CONVERSA DE BOTECO


Toda conversa de boteco tem uma boa história ou um grande herói. Pois todo boteco que se preze, possui um trovador nato, já que, todo conto necessita de um bom narrador!
Muitas vezes essas histórias contém cenas de, drama, romance e até mesmo algo tipo: vampiros, lobisomens e visão além do alcance ou falas comuns como: – Eu vi o espírito do meu tataravô, que lutou na Guerra dos Farrapos, no porão da casa de minha tia! – Eu fui atacado por um lobo! – A mulher vampiro me perseguiu noite passada! E por ai vai.
Logo, quem é fã de futebol e política, o boteco é o lugar ideal para um ótimo debate sobre tais assuntos, pois ali frequentam muitos técnicos de futebol, políticos e economistas, todos especialistas em tais assuntos. Uns acham que o treinador do time “B” deveria escalar o jogador “A”, enquanto outros acreditam que a inflação está em alta porque a demanda por produtos (aumento no consumo) é maior do que a capacidade de produção do país, e muitos, se fossem governantes criariam políticas públicas e definir novas estratégias para solucionar problemas da coletividade, sempre de acordo com a viabilidade social, econômica e política.
Entretanto, no boteco, todos opinam, contam algumas histórias, governam, administram com sabedoria e no final depois de chorar sem saber o motivo, retornam felizes às suas realidades!
Enfim, isso é conversa de boteco e depois de umas e outras podemos dizer que existe democracia!

   RICARDO TORQUATO
Licenciado em Educação Física –  ULBRA Gravataí.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Desafio a todos para um simples exercício mental:


“Em minha garagem vive um dragão que cospe fogo pelas ventas.”
Suponhamos que eu faça a você uma afirmação como esta seriamente. Você vai querer comprová-la, vê-lo você mesmo. Ao longo dos séculos houve inumeráveis historia de dragões, mas nenhuma prova real. Que oportunidade!
— Mostre-me, diz você.
Eu lhe levo a minha garagem. Você olha e vê uma escada, latas de tinta vazias e um triciclo velho, mas o dragão não está.
— Onde está o dragão? — pergunta-me.
— Oh, está aqui —respondo apontando vagamente —. Me esqueci de
dizer que é um dragão invisível.
Você propõe cobrir de farinha o chão da garagem para que fiquem marcadas os rastros do dragão.
— Boa ideia — replico —, mas este dragão flutua no ar. Então você propõe usar um sensor infravermelho para detectar o fogo invisível. — Boa ideia, mas o fogo invisível não possui calor. Então você propõe borrifar tinta para torna-lo visível.
— Boa ideia, só que é um dragão incorpóreo e a pintura não lhe pegaria.
E assim sucessivamente. Eu rebato qualquer prova física que você me propõe com uma explicação especial de por que não funcionará.

Agora eu pergunto a todos, considerando a situação acima, QUAL é a diferença entre um dragão invisível, incorpóreo e flutuante
que cospe um fogo que não queima e um dragão inexistente?

Se não houver maneira de refutar minha opinião, se não houver nenhum experimento concebível válido contra ela, o que significa dizer que meu dragão existe?

Esse é um trecho do livro "O mundo assombrado pelos demônios", de Carl Sagan.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sugestão para as férias! A Culpa é das Estrelas - John Green.




Sinopse: Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.


*Opinião : É uma história impressionante, uma guria que vive em torno de uma doença terminal, ela tem câncer no pulmão,  tem de ser forte 24 hrs por dia, respira por ajuda de aparelhos, conhece um garoto no grupo de apoio, juntos, vão viver uma história maravilhosa, incrível, entretanto, o final já esperado por todos que começam a ler, surpreende, acontece o inesperado, é uma história de leitura simples, que causa grande empatia por todos os leitores da obra.
Tocante, marcante, relata um pouco do sentimento de quem vive, ou sobrevive, por essas condições de saúde.



“… Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso, e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos que, até que, todos os seres humanos o leiam…” 


"Alguns infinitos são maiores que outros."


"Aparentemente, o mundo não é uma fábrica de realização de desejos."

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Chuvaradas de verão! - Vida urbana, de Lima Barreto


"As chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam no nosso Rio de Janeiro, inundações desastrosas. Além da suspensão total do tráfego, com uma prejudicial interrupção das comunicações entre os vários pontos da cidade, essas inundações causam desastres pessoais lamentáveis, muitas perdas de haveres e destruição de imóveis. 

De há muito que a nossa engenharia municipal se devia ter compenetrado do dever de evitar tais acidentes urbanos. Uma arte tão ousada e quase tão perfeita, como é a engenharia, não deve julgar irresolvível tão simples problema. O Rio de Janeiro, da avenida, dos squares, dos freios elétricos, não pode estar à mercê de chuvaradas, mais ou menos violentas, para viver a sua vida integral. Como está acontecendo atualmente, ele é função da chuva. Uma vergonha! Não sei nada de engenharia, mas, pelo que me dizem os entendidos, o problema não é tão difícil de resolver como parece fazerem constar os engenheiros municipais, procrastinando a solução da questão. 

O Prefeito Passos, que tanto se interessou pelo embelezamento da cidade, descurou completamente de solucionar esse defeito do nosso Rio. Cidade cercada de montanhas e entre montanhas, que recebe violentamente grandes precipitações atmosféricas, o seu principal defeito a vencer era esse acidente das inundações. Infelizmente, porém, nos preocupamos muito com os aspectos externos, com as fachadas, e não com o que há de essencial nos problemas da nossa vida urbana, econômica, financeira e social" 

Vida urbana, 19-1-1915. 

Lima Barreto. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

ADORADORES DE UMA BOA FILA


Outro dia enquanto andava pelas ruas centro da minha cidade a passos largos para escapar de uma grande chuva que se armava, avistei aquela enorme fila. Então, não resisti e logo parei para pedir aquele famoso furo. Já que brasileiro quando avista uma enorme fila, primeiro entra nela e depois pergunta para o que é.
No dia seguinte, fui ao banco e quando vi que, a fila ultrapassava os limites das linhas amarelas que servem para demarcar o espaço de cada um, mas que ninguém respeita, fiquei muito eufórico, e, logo pensei: vou ficar por aqui alguém e pedir um furo neste gigantesco e maravilhoso, aglomerado de gente.
Mas porque toda essa adoração por uma fila? Será que estamos fadados a esperar horas e horas, ou até mesmo dias, meses e anos quando precisamos de algo urgente? Ou simplesmente pelo fato de pensar que as coisas andam por aqui? Um ótimo exemplo de fila perfeita é a fila de espera do SUS, pois quando entramos nela ficamos eternamente parados.
Há inclusive estudos, que comprovam a existência dos mais variados tipos de viciados em fila, um exemplo clássico, e recentemente o mais estudado são, os viciados em fila de carros, estes são mais agressivos e muitas vezes brigam, usam ofensas verbais e chegam a bater uns nos outros, por causa do famoso furo.
Entretanto, nunca entenderei, por que adoramos uma boa fila? Pois na verdade o correto quando estamos postos um após o outro em série é, coluna!

RICARDO TORQUATO
Graduando em Educação Física – Licenciatura, ULBRA Gravataí.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CACHORRO É TUDO DE BOM



                    Que cachorro é tudo de bom, muita gente já sabia, mas conviver, dividir um espaço, a vida com seres tão especiais, são poucos os que fazem. Ter um cãozinho chamado Totó, Dog, Cusco, amarrado no fundo do quintal com um pratinho de comida e água nem sempre fresquinha é fácil, qualquer um pode ter. O bom mesmo é dividir a sala, o quarto, o sofá, o carro e muitas vezes até a cama.
                    Tenho uma Cocker chamada Mel (original, eu sei), ela é um amorzinho, muito obediente e carinhosa, sabe aquele cachorro que fala com você com os olhos? Ela é minha sombra pela casa, quando escuta o barulho no portão que estou chegando em casa, ela começa á chorar avisando todos os vizinhos do quarteirão inteiro que eu cheguei. Ela não late feito um cachorro normal, ela chora, isso mesmo, chora que parece gente e no meio do choro sai uns grunhidos que parece que está conversando comigo, dizendo: “ Ei, você demorou, estava com saudades!” E isso se repete muitas vezes ao dia, não importa quantas vezes eu tenha saído, posso sair para comprar pão, na volta é sempre o mesmo show.
                    Mas o mágico de se ter um cachorro são as estripulias que eles fazem depois do banho. A Mel, não gosta de tomar banho, mas depois que está limpa, gosta tanto, tanto, mas tanto que de tão feliz chega á rolar na terra ( se tiver barro melhor). Coisas de cachorro! Mas o mais importante é que mesmo com tantas travessuras eu não consigo ficar longe dela. Tive apenas dois cachorros na minha vida, a primeira viveu comigo por 14 anos! Quando se foi, por que a maioria acabam indo embora muito cedo eu sei, senti como se tivesse perdido uma pessoa da família, talvez um irmão, ou que sabe um filho. O sofrimento é inevitável. Quem tem um cachorro na infância guarda as melhores lembranças de um tempo distante e que foi dividido com um companheiro fiel.
                    Cachorro é tudo de bom? Eu sei, muita gente já sabia, mas o sabor de ter alguém esperando você no final do dia, cheio de energia e querendo apenas ficar ao seu lado porque te ama, é inexplicável. Adote um cão e você estará adotando uma alma pura e um amigo incondicional.

                                                                                                                             Valdirene Mendes Egger
Acadêmica do curso de Licenciatura em Educação Física

domingo, 1 de dezembro de 2013

OS DESAFIOS E A DIVIDA DA EDUCAÇÃO


Diante do contexto de evolução constante, que vivemos e infelizmente muitos ainda não estão preparados econômica e politicamente para acompanhar essa evolução, a Educação de Jovens e Adultos tem como desafio, primordial, promover uma educação, que resgate e forme cidadãos capazes de questionar sua realidade expressando os problemas do cotidiano, de forma coerente, com autonomia para resolvê-los com integridade moral. Desta maneira, utilizando instrumentos como: pensamento lógico, criatividade, intuição e capacidade de análise crítica e construtiva, desenvolvendo a competência de selecionar procedimentos e decidir entre os mais adequados. Tornando-se cada vez mais autônomo e politizado, através do sentimento de confiança em suas ações, tanto éticas, quanto afetivas de inter-relação pessoal e inserção social, para agir e prosperar na busca do conhecimento e cidadania, proporcionando a oportunidade de escolarização básica para jovens e adultos.
A partir, das diferentes linguagens, bem como: verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal, visando à produção, expressão e comunicação de ideias, interpretação e usufruindo das suas produções culturais em diferentes contextos sociais e situações de comunicação e condições de acesso. Todavia, diminuindo a evasão escolar e melhorando a qualidade de vida desses estudantes, sendo eles jovens ou adultos.
Pois, através desse enfoque, a EJA terá a capacidade de ofertar oportunidades de acesso aos próximos estágios e modalidades do ensino escolar e profissional, para que todos vivam num estado de igualdade. Restaurando o direito a uma escola de qualidade e o reconhecimento de uniformidade ontológica de todo e qualquer ser humano. O que representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso e domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela.

   RICARDO TORQUATO
Graduando em Educação Física – Licenciatura, ULBRA Gravataí