segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Parábola do Homem Louco

 


Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã acendeu uma lanterna e correu ao mercado, e pôs-se a gritar incessantemente: “Procuro Deus! Procuro Deus!”? – E como lá se encontrassem muitos daqueles que não criam em Deus, ele despertou com isso uma grande gargalhada. Então ele está perdido? Perguntou um deles. Ele se perdeu como uma criança? Disse um outro. Está se escondendo? Ele tem medo de nós? Embarcou num navio? Emigrou? – gritavam e riam uns para os outros. O homem louco se lançou para o meio deles e trespassou-os com seu olhar. “Para onde foi Deus?”, gritou ele, “já lhes direi! Nós os matamos – vocês e eu. Somos todos seus assassinos! Mas como fizemos isso? Como conseguimos beber inteiramente o mar? Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte? Que fizemos nós ao desatar a terra do seu sol? Para onde se move ela agora? Para onde nos movemos nós? Para longe de todos os sóis? Não caímos continuamente? Para trás, para os lados, para frente, em todas as direções? Existem ainda ‘em cima’ e ‘embaixo’? Não vagamos como que através de um nada infinito? Não sentimos na pele o sopro do vácuo? Não se tornou ele mais frio? Não anoitece eternamente? Não temos que acender lanternas de manhã? Não ouvimos o barulho dos coveiros a enterrar Deus? Não sentimos o cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodrecem! Deus está morto! Deus continua morto! E nós os matamos! Como nos consolar, a nós, assassinos entre os assassinos? O mais forte e sagrado que o mundo até então possuíra sangrou inteiro sob os nossos punhais – quem nos limpará esse sangue? Com que água poderíamos nos lavar? Que ritos expiatórios, que jogos sagrados teremos de inventar? A grandeza desse ato não é demasiado grande para nós? Não deveríamos nós mesmos nos tornar deuses, para ao menos parecer dignos dele? Nunca houve ato maior – e quem vier depois de nós pertencerá, por causa desse ato, a uma história mais elevada que toda a história até então!” Nesse momento silenciou o homem louco, e novamente olhou para seus ouvintes: também eles ficaram em silêncio, olhando espantados para ele. “Eu venho cedo demais”, disse então, “não é ainda meu tempo. Esse acontecimento enorme está a caminho, ainda anda: não chegou ainda aos ouvidos dos homens. O corisco e o trovão precisam de tempo, a luz das estrelas precisa de tempo, os atos, mesmo depois de feitos, precisam de tempo para serem vistos e ouvidos. Esse ato ainda lhes é mais distante que a mais longínqua constelação – e no entanto eles cometeram! – Conta-se também no mesmo dia o homem louco irrompeu em várias igrejas , e em cada uma entoou o seu Réquiem aeternaum deo. Levado para fora e interrogado, limitava-se a responder: “O que são ainda essas igrejas, se não os mausoléus e túmulos de Deus?”.

Aforisma 125 – Friederich Nietzsche - Gaia Ciência 
Adaptado de: http://umaspalavrashumanas.blogspot.com.br/2011/08/nao-ouviram-falar-daquele-homem-louco.html

domingo, 24 de novembro de 2013

Nunca desista de seus sonhos - Augusto Cury.


Com mais de um milhão de livros vendidos sobre temas como crescimento pessoal, inteligência e qualidade de vida, o psiquiatra Augusto Cury debruça-se neste livro sobre nossa capacidade de sonhar e o quanto ela é fundamental na realização de nossos projetos de vida. Os sonhos são como uma bússola, indicando os caminhos que seguiremos e as metas que queremos alcançar. São eles que nos impulsionam, nos fortalecem e nos permitem crescer.

Se os sonhos são pequenos, nossas possibilidades de sucesso também serão limitadas. Desistir dos sonhos é abrir mão da felicidade porque quem não persegue seus objetivos está condenado a fracassar 100 % das vezes. Analisando a trajetória vitoriosa de grandes sonhadores, como Jesus Cristo, Abraão Lincoln e Martin Luther King, Cury nos faz repensar nossa vida e nos inspira a não deixar nossos sonhos morrerem.



Opinião: Um dos livros mais inspiradores, relata a vida de grandes homens, o quão dificuldades enfrentaram e venceram, assim, modificando a história de suas vidas e construindo um novo rumo á história mundial.

“Os perdedores vêem a tempestade, os vencedores vêem por trás das densas nuvens os raios de Sol.”


Livro disponível na biblioteca da ulbra Gravataí.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Sou chato sim, e quem não é?

Sempre soube que sou chato, e conviver comigo durante mais de três décadas só confirmou minha hipótese. Mas não vejo essa peculiaridade como um defeito (nenhum chato crê que está sendo chato), afinal, faz bem perceber-se como uma das razões para o mundo girar. O mundo (eu diria até o Universos todo) é como é porque estou nele, se não estivesse seria melhor? não sei responder, mas com certeza seria menos simpático, menos agradável e menos fantástico. 

Lendo o Tratado Geral dos Chatos - de Guilherme Figueiredo (Civilização Brasileira, 1993) descobri que a razão mais comum para a chatice é a chamada "crise de mania", quando o sistema de recompensa – a área do cérebro responsável pelo prazer – fica superexcitado, segundo a neurocientista Suzana Herculano-Hozel, da UFRJ. Durante esta crise, a pessoa sente prazer em fazer ou falar a mesma coisa. “Ela não sabe que está sendo desagradável pois o cérebro produz a sensação de que aquilo é legal”, diz Suzana.


Mas, antes de sair por aí dizendo "Ah! Então é por isso que (use o nome do seu conhecido mais chato, menos o meu, claro) é assim!", saiba que ninguém está imune à chatice aguda. "Essas crises são comuns, mas existem em várias gradações. Podem ser bem leves ou chegar ao delírio paranoico, quando a pessoa se sente Deus." Se você se identificou, está em vantagem considerável em relação ao resto da humanidade. Afinal, de acordo com Figueiredo, "os chatos não se chateiam".

Inclusive encontrei algumas classificações que compartilho, e, lógico, das quais não faço parte:

Folgado
Esse cara leva ao pé da letra expressões cordiais como “sinta-se em casa” ou “fique à vontade”. Tem uma relação tão íntima com a sua geladeira que reclama quando você compra uma nova marca de requeijão e avisa que a cerveja está acabando.

Existenchatista
É chato porque existe. Segundo Guilherme Figueiredo, esse tipo está rodeado pelos “anéis de chaturnos”, fazendo com que sua chatura seja sentida à distância. É azarento e sem graça. Não tem amigos e mesmo os animais de estimação são avessos à sua companhia.

O prestativo
Peca por excesso de boas intenções e falta de desconfiômetro. Acredita que está apto a consertar e aprimorar o funcionamento de todo e qualquer aparelho doméstico, inclusive daqueles que estão trabalhando perfeitamente.

Chatimbanco
É fã das pegadinhas: tira a cadeira quando você vai sentar, cola bilhetes engraçadinhos nas suas costas, pisa no pé de todo mundo que aparece de sapato novo. Enquanto você é obrigado a controlar sua vontade de enforcá-lo – pelo bem da festa – o chatimbanco se derrama em risos histéricos.

Chato-etílico
Bastam algumas latinhas e todos estamos sujeitos a essa condição. Os chatos-etílicos têm trajetória decrescente: começam num estágio de melancolia dócil, reclamando da vida, passam por momentos de agressividade, quando qualquer coisa é motivo para briga, e terminam em derrocada total, vomitando na piscina da sua casa.

Luciano do Amaral Dornelles
Coordenador do Curso de Educação Física

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O BAILE DO RATO


Existem muitas histórias sobre ratos, muitos falam que eles mordem e que transmitem inúmeras doenças. Mas quem já viu um rato dançar?
Pois é meus amigos, recentemente, participei do baile de um rato. Nossa! Nunca tinha dançado tanto em minha vida, até voar eu voei, para cima da cama é claro, porém sempre com os olhos bem atentos, naquele roedor gigantesco, o maior que já vi.
Logo, tentei defender-me dele então me armei com um porrete nas mãos, no entanto, quando aquele animal, do tamanho de uma capivara, andou em minha direção, com um olhar forte e compenetrado, não resisti e fugi para não ser atacado, jogando minha arma de defesa para o alto e trombando na porta do quarto o que causou um leve arranhão em meu peito.
Mas como todo bom e corajoso homem que não admite ter medo, estufei o peito de coragem e decidi enfrentar o rato criado em Itu, de igual pra igual. Então esperei aquele monstro ir embora e peguei novamente o porrete, que já estava jogado no chão, desde o momento em que sai correndo e pedindo socorro pela casa. Logo, sentei em uma cadeira, com os pés para cima é claro, e, ali fiquei esperando, o mesmo voltar para o duelo, até raiar o sol.
Entretanto, como todo bom e medroso ratinho de araque, ele só queria dançar e partiu, para nunca mais voltar, já que esse era bem esperto e sabe que estou à cima dele na cadeia alimentar!
Pois é meus amigos, agora que se passaram alguns dias, já consigo dormir novamente!

   RICARDO TORQUATO
Graduando em Educação Física – Licenciatura, ULBRA Gravataí.

domingo, 17 de novembro de 2013

Dica de leitura: O Caçador De Pipas - Khaled Hosseini

Sinopse - O caçador de pipas é considerado um dos maiores sucessos da literatura mundial dos últimos tempos. Este romance conta a história da amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre em busca da aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido por coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após desperdiçar a última chance, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas vinte anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado.



"...descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo.Porque,de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar."


"E esse é o problema das pessoas que são sinceras: acham que todo mundo também é."
"Mas é melhor uma verdade que dói do que uma mentira que conforta."


Opinião: É um grande livro, relata sobre uma amizade verdadeira, fidelidade, e a remissão de um erro, fala sobre vidas diante de grandes dificuldades, crianças que em meio ao revés encontram razões para sorrir, relata o quanto a culpa pode corroer o ser humano por dentro, e que nunca é tarde para se redimir e ficar em paz consigo mesmo.
Demonstra que uma atitude de coragem pode mudar o rumo de uma vida pra sempre.
Não é atoa que é um dos livros mais vendidos no mundo, é o tipo de leitura, que vale a pena ser lida.


 Livro disponível na biblioteca da ulbra Gravataí.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

QUANDO PASSAMOS POR AQUI


Quando passamos por aqui, brincamos de ser feliz ao embarcar numa aventura incrível de amor, paixão e muitas vezes desapego pelo próximo!
Quando passamos por aqui, deixamos saudades e resgatamos lembranças inimagináveis de momentos inesquecíveis, sendo eles bons ou ruins!
Quando passamos por aqui, convivemos com nossas crianças, adolescentes, adultos e idosos interiores, aprendendo e ensinando constantemente, através dos erros e acertos proporcionados pela vida!
Quando passamos por aqui, autocompadecemos, enfrentamos guerra, ódio, fome, seca, enxurradas e furacões. Porém, possuímos o direito de usufruir da maior dádiva do universo: - Nossa vida! E, muitas vezes pelo fato de sermos eternos insatisfeitos, acabamos não dando o valor necessário a ela!


          Então, quando passamos por aqui, nos deparamos com o único mal irremediável, que é a morte!
Enfim, ao passares por aqui: doe-se, sorria, chore, ame, beije e abrace. Logo, viva a vida intensamente!
Pois quando passares por aqui deixará as melhores lembranças e, no final, apenas isso importará ao mundo!

   RICARDO TORQUATO
Graduando em Educação Física – Licenciatura, ULBRA Gravataí.

domingo, 10 de novembro de 2013

O menino do pijama listrado - John Boyne.



Sinopse: "Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus.Também não faz idéia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade,
Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região
desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga.
Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel,um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo
dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as
atividades de seu pai. "O Menino do Pijama Listrado" é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável."



Opinião de quem leu: o livro traduz de forma original os horrores da Segunda Guerra mundial no interior da própria Alemanha. É através do olhar inocente de uma criança que nada sabe sobre confrontos bélicos e ideologias nazistas que esta história é revelada.
Um livro incrível e surpreendente. Normalmente livros sobre vidas em meio a guerra são incríveis, pois demonstra a capacidade do ser humano de superar, suportar e sobreviver. No olhar de um adulto a sobrevivência em meio a essas condições é uma luta árdua, como seria a guerra sob o olhar de uma criança?.
Leia este imperdível livro e descubra, envolva-se.



                                                   Livro disponível na biblioteca da ulbra Gravataí.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

ENCONTRO DE GIGANTES


Conta-se que no século passado pairava sobre a comunidade acadêmica, uma lenda sobre a existência de três andarilhos, conhecidos como: O Sábio Poeta, O Autodidata e O Filósofo Coletivo. Há rumores que um deles publicava obras literárias ontológicas, o outro tinha uma capacidade intelectual muito acima da média e que gostava muito de pesquisas, de testar seus próprios conhecimentos e resolver os problemas alheios, já o terceiro escrevia textos sobre o cotidiano através de histórias fantásticas, engraçadas e muitas vezes irônicas.
Mas como a vida é cheia de surpresas, o caminho desses andarilhos inevitavelmente viriam a se cruzar, ocasionando um encontro de gigantes. Logo os acadêmicos, daquela época ficaram perplexos ao contemplar o Sábio Poeta, o Autodidata e o Filósofo Coletivo, juntos trocando experiências de vida e debatendo sobre: literatura, escrita acadêmica, astrofísica, o futuro da humanidade e histórias faraônicas, bem como: Thundercats, Comandos em Ação entre outros de suas gerações.
Segundo algumas informações coletadas entre os acadêmicos da universidade, este encontro durou semanas, outros dizem que foram meses ou até mesmo anos. Porém, existe um funcionário da instituição, que sabe a verdadeira história desses três andarilhos e se tudo o que relatam sobre eles é real ou apenas uma lenda urbana. Pois este rapaz confidenciou ter encontrado um dos pergaminhos, onde foi registrado o encontro desses gigantes, mas só revelará a verdade ao mundo, quando estivermos preparados.
Enquanto isso! Resta-nos apenas imaginar a magnitude desse encontro de gigantes! Esperando que um dia tudo sobre a história desses três andarilhos seja revelada à humanidade!
RICARDO TORQUATO
Graduando em Educação Física – Licenciatura, ULBRA Gravataí

Um Homem grosseiro é facilmente reconhecido

"Um Homem grosseiro é facilmente reconhecido:

Não raciocina, portanto não duvida de nada,
Não nega, portanto não crê. Cultiva hábitos há muito nele arraigados e nada aceita, medroso, além daquilo que sejam as conveniências do que vai até a porta da frente da sua casa.

Não testemunha o seu tempo: Vive no tempo do que um dia conquistou; não deixa que ninguém o conheça, posto precisar defender-se com frequência e, dessa forma, fica livre para ofender os outros.

Um Homem rude é aquele que aprende com o que lê, mas prefere não aplicar o que a teoria lhe ensinou, medroso, nada aceita do mundo presente, porque julga que já traçara seu destino e o inesperado não lhe interessa mesmo que seja a sua própria felicidade.
Mas um homem infeliz é aquele que desconhecendo os caminhos da existência e as possibilidades que neles se escondem, julga que nada precisa mudar e que tudo está certo como está.

Feliz é o homem, certamente, que apesar de todas as adversidades, cruza sem medo a via do destino, toma na mão as rédeas de sua própria vida, conduz o carro dos seus dias para onde seu coração e a sua inteligência lhe indicar." - Voltaire.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Admirável Mundo Novo Romance foi uma das primeiras obras de ficção a analisar o perigoso relacionamento entre os regimes totalitários e o progresso tecnológico

O ano seria 2540 d.C. se fôssemos contar o tempo pelo calendário cristão. Mas, no livro, se fala de 632 d.F., ou seja, depois de Ford, pois um novo período na história humana teria sido inaugurado com Henry Ford, o criador das linhas de montagem e precursor da moderna sociedade de consumo. 

É nessa época - em que não há fome, desemprego, pobreza, guerras, doenças e os indivíduos convivem em suposta harmonia em um mundo asséptico - que se situa Admirável Mundo Novo (1932), romance do autor inglês Aldous Huxley(1894-1963). Mas não se trata de uma utopia. A sociedade imaginada por Huxley é o oposto disso, ou seja, uma distopia - na qual, ao contrário da ilha onde reinam a justiça social, política e econômica e a liberdade de pensamento, concebida por Thomas Morus no século 14, se vive um ambiente de pesadelo e os mecanismos criados para o "bem-estar" dos seres humanos são os mesmos que os aprisionam. 

Nessa sociedade não existem mais nascimentos. Os seres humanos são produzidos em incubadoras e, desde o estado embrionário, são condicionados física e mentalmente para ter uma profissão e ocupar determinada posição social. Existem cinco castas. A mais alta é a dos alfas, que ocupam os cargos de comando, e a mais baixa, a dos ipsílons, destinados aos trabalhos mais insalubres. 
Homens e mulheres não se casam nem desenvolvem relacionamentos duradouros baseados em afeto mútuo. A troca constante de parceiros é um hábito, e a prática sexual é livre. Livros, arte e ócio são dispensáveis e socialmente condenados. Todos vivem sobre o imperativo da felicidade, e se por acaso algum dos habitantes do Admirável Mundo Novo não conseguir atingir esse estado de satisfação, pode recorrer livremente ao soma, droga alucinógena que traz contentamento imediato. 

A sátira de Huxley, mais que uma profecia sobre um futuro distante, é um retrato da sua época. A lógica fordiana que implantara na prática capitalista o modelo da alienação da produção industrial dera a largada para a formação de uma nova ordem na economia mundial. Huxley foi um dos primeiros a prever as consequências que poderiam advir de uma conjugação entre tecnologia, sistemas automatizados de produção e os regimes totalitários que surgiram no século 20. 

Admirável Mundo Novo traz alusões a alguns pensadores que teriam inspirado essa nova ordem, como os antropólogos Stanislaw Malinovski, Margaret Mead e os psicólogos Ivan Pavlov e J. B. Watson. Este último, a despeito das correntes psicanalíticas que estudavam o comportamento a partir dos complexos interiores, defendia a tese de que o ser humano é uma máquina biológica que responde a estímulos. Watson chegou a realizar experimentos em crianças nos anos 1920, usando eletrochoques para condicionar respostas de comportamento, tal como aparece na ficção de Huxley. 

Em um ensaio redigido 14 anos depois do lançamento do livro, em 1946, o autor constatou: "Hoje parece perfeitamente possível que o horror de Admirável Mundo Novo esteja entre nós dentro de um século". O inglês falava um ano depois do desastre atômico de Hiroshima, quando a Guerra Fria já se instalava no cenário mundial. 

Nascido em uma abastada família inglesa, dedicou-se, além da literatura, à antropologia, à filosofia e aos estudos sobre a expansão da consciência por meio da ingestão de alucinógenos. Foi posteriormente associado à contracultura dos anos 1960 e 1970, devido a sua crítica ao consumismo, a seu espírito levemente anarquista e a seu interesse pelo Oriente e por experiências místicas.

Dicas de leitura

Dicas de leitura: ótimo site com recomendações de livros

Acesse:

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

"O tempo"


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente
e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais:
não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana

Dica de leitura: A cidade do sol - Khaled Hosseini.

Sinopse: "Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rasheed, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Laila tem 14 anos. é filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos.

Confrontadas pela História, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a História continue a decidir os destinos, outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do "todo humano", somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios."


"Só há uma coisa na vida que precisamos aprender, e ninguém ensina isso nas escolas. A capacidade de suportar."



"De todas as dificuldades que uma pessoa tem de enfrentar, a mais sofrida é, sem dúvida, o simples ato de esperar."

Opinião de quem leu: É um livro imperdível, mostra claramente a vida de uma mulher sob o regime talibã, que além das dificuldades vividas como as das mulheres do ocidente, as afegãs são submetidas ao regime autoritário mais machista e inconsequente do mundo.
O livro demostra a luta delas por uma vida mais digna, por um espaço, ou por simplesmente ter uma vida.
Vale a pena a leitura, pois nada mais é que a nossa realidade, realidade muitas vezes desprezada pelo povo ocidental, mas, durante a leitura deste, desenvolveremos a empatia, a reflexão e a visão necessária capaz de mudar a visão sob nós mesmos, sob a vida, sobre o mundo.
Nos mostrando que nossos problemas são pequenos comparados aos que muitas mulheres tem de enfrentar diariamente e vencer, em prol de seus filhos, de sua sobrevivência.


                     Livro disponível na biblioteca da ULBRA Gravataí.


domingo, 3 de novembro de 2013

Dica de leitura: O Processo, de Franz Kafka

Na manhã em que completa 30 anos, Josef K é visitado no quarto de pensão onde mora por dois sujeitos que o informam de que está preso. Os homens se recusam a revelar a natureza da acusação e comunicam ao réu que ele poderá responder ao inquérito em liberdade, desde que se apresente para interrogatórios periódicos no tribunal. É esse o argumento inicial de O Processo (1925), romance que Franz Kafka (1883-1924) - advogado que se ocupou vários anos de um ofício burocrático em uma companhia de seguros e se tornou, segundo o filósofo francês Jean-Paul Sartre, "pai da literatura moderna" - nunca concluiu.

Nascido em Praga, quando a cidade ainda pertencia ao Império Austro-Húngaro (hoje a cidade pertence à República Tcheca), Kafka cresceu sob a influência de três culturas: a judaica, a alemã e a tcheca. Essa identidade multifacetada fez com que ele se sentisse, muitas vezes, estrangeiro em sua própria terra. A sensação de alheamento (somada a uma relação conturbada com o pai autoritário) é traço marcante de sua biografia e teve intenso reflexo em sua produção literária, publicada em grande parte postumamente por seu amigo Max Brod. Em A Metamorfose (1915), um de seus escritos mais conhecidos, a sensação de inadequação é levada ao extremo: o protagonista, o caixeiro-viajante Gregor Samsa, desperta certa manhã transformado em inseto.

Em sua curta existência, Kafka teve contato com as pesadas engrenagens da burocracia e da Justiça estatais. Com elas, formou o esteio de obras como Na Colônia Penal (1914), O Castelo (1926) e, claro, O Processo. Em comum, os livros compartilham o drama de personagens que se veem tolhidos por forças a um só tempo arbitrárias e desconhecidas.

Para o crítico literário alemão Wolfgang Kayser, a saga desses personagens reflete "a estranheza que não provém do eu, mas da essência do mundo eda falta de concordância entre ambos". Ou seja, percebe-se, nessas histórias, o desespero do homem diante do absurdo que parece rodeá-lo. Em O Processo, Joseph K aflige-se com a falta de sentido que lhe corrói a vida. Seus relacionamentos afetivos são artificiais e seu cotidiano, metódico e vazio. É o processo que faz com que K desperte para a própria existência: ele ensaia um relacionamento amoroso com sua vizinha e busca ajuda de outras pessoas, na vã esperança de se livrar do inquérito.

Do ponto de vista histórico, O Processo pode ser considerado uma antevisão do nazismo, cujas raízes já podiam ser sentidas durante a vida de Kafka. A ascensão do nacional-socialismo e o antissemitismo convertido numa indústria de morte a condenar réus baseada no argumento despropositado da raça acabaram tornando-se o contraponto amargo e realda alegoria kafkiana.

A narrativa do romance é marcada pela mistura do real e do simbólico, pelo mergulho no inconsciente e pelo emprego de metáforas que por vezes podem soar exageradas ou grotescas - procedimentos que se repetem em toda a obra do autor. O uso desses recursos o situa dentro da escola expressionista, movimento estético focado na expressão da angústia, dador e do mal-estar do ser humano perante a realidade lhe que escapa.

Mas o escritor é tão singular em seu universo literário que o termo "kafkiano" alcançou as páginas dos dicionários, como sinônimo de algo evocatório de uma atmosfera de pesadelo, de absurdo, em um contexto que se furta à lógica ou à sensatez. Ou, como observou o crítico americano Harold Bloom, "a expressão kafkiano se tornou um termo universal para o que Freud chamou de ‘o fantástico’, uma coisa ao mesmo tempo conhecida e estranha para nós".

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Indicação de leitura: A Cabana - William P. Young

  



Sinopse: "Durante uma viagem de fim de semana, a filha mais nova de apenas 6 anos de Mack Allen Phillips é raptada e evidências de que ela foi brutalmente assassinada são encontradas numa cabana abandonada.

Após quatro anos vivendo numa tristeza profunda causada pela culpa e pela saudade da menina, Mack recebe um estranho bilhete, aparentemente escrito por Deus, convidando-o para voltar à cabana onde aconteceu a tragédia.

Apesar de desconfiado, ele vai ao local do crime numa tarde de inverno e adentra passo a passo no cenário de seu mais terrível pesadelo. Mas o que ele encontra lá muda o seu destino para sempre. Em um mundo tão cruel e injusto, A cabana levanta um questionamento atemporal: se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar o nosso sofrimento?"


"Você pode dizer adeus a sua família e a seus amigos e afastar-se milhas e milhas e, ao mesmo tempo, carregá-los em seu coração, em sua mente, em seu estômago, pois você não apenas vive no mundo, mas o mundo vive em você."


Opinião de quem leu: - "Em algum momento de nossa existência  iremos nos deparar com a pergunta "se Deus existe mesmo, porque ele permitiu que isso acontecesse?", neste livro, a resposta para esta pergunta, poderá ser respondida, é uma história envolvente, que nos faz refletir sobre a vida, e tudo que acontece. É bastante útil e envolvente não somente á religiosos, crísticos  mas, também a ateus, pois a mensagem que este transmite, cabe perfeitamente na vida de qualquer individuo. "



Contribuição da colega Dieni Silva

Livro disponível na biblioteca da ulbra Gravataí.