quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O QUE NOS TORNA DIFERENTES?



A história de Sarah Baartma, uma jovem khoi-san sul-africana, nascida em 1789, e conhecida mundialmente como Vênus Hotentote, nos mostra claramente as construções raciais e o controle da imagem do corpo feminino. Pois o conceito moderno de raça nasceu, através do corpo de Sarah, gerando vida à teoria racista.
Esta teoria cria estereótipos, que massacram as relações, igualitárias, de uma sociedade, tornando o racismo, algo natural e parte inevitável em nosso cotidiano. Transformando-nos em objetos de manipulação dos padrões raciais criados durante toda nossa existência, como se o corpo fosse à base de tudo, ou apenas um modelo a ser seguido, e o gênero masculino, extremamente superior ao feminino, principalmente se o segundo for negro.
Porém, estamos habitualmente acostumados a criar estereótipos, sem notar o quão violentos nos tornamos, ao praticar tais ações e atos preconceituosos, que por sua vez, estão ficando, um tanto quanto comuns. Logo, serão as belas curvas de um corpo escultural, imposto pelos atuais padrões de beleza, que estão nos afastando de nossa verdadeira essência? Ou talvez, nossos corpos serão exibidos em circos, como monstros, com a mera função de elevar a autoestima do público, da mesma maneira que Sarah era apresentada no século XIX?
Contudo, definir ou expor alguém, por seus aspectos físicos, não nos deixa muito distantes da monstruosidade exercida no caso da Vênus Hotentote. Já que, criamos o péssimo hábito de realizar julgamentos, através das diferenças do corpo, tratando-os como anormal.
No entanto, qual o problema em ser negro, baixo e gordo? Ou branco, alto e forte?
Pois nenhuma característica física torna alguém mais ou menos idôneo! Então, o que nos torna tão diferentes?

Homenagem à professora Simone Klein

RICARDO TORQUATO
Graduando em Educação Física – Licenciatura, ULBRA Gravataí.

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