A
história de Sarah Baartma, uma jovem khoi-san sul-africana, nascida em 1789, e
conhecida mundialmente como Vênus Hotentote, nos mostra claramente as
construções raciais e o controle da imagem do corpo feminino. Pois o conceito
moderno de raça nasceu, através do corpo de Sarah, gerando vida à teoria
racista.
Esta
teoria cria estereótipos, que massacram as relações, igualitárias, de uma
sociedade, tornando o racismo, algo natural e parte inevitável em nosso
cotidiano. Transformando-nos em objetos de manipulação dos padrões raciais
criados durante toda nossa existência, como se o corpo fosse à base de tudo, ou
apenas um modelo a ser seguido, e o gênero masculino, extremamente superior ao
feminino, principalmente se o segundo for negro.
Porém,
estamos habitualmente acostumados a criar estereótipos, sem notar o quão
violentos nos tornamos, ao praticar tais ações e atos preconceituosos, que por sua
vez, estão ficando, um tanto quanto comuns. Logo, serão as belas curvas de um
corpo escultural, imposto pelos atuais padrões de beleza, que estão nos
afastando de nossa verdadeira essência? Ou talvez, nossos corpos serão exibidos
em circos, como monstros, com a mera função de elevar a autoestima do público,
da mesma maneira que Sarah era apresentada no século XIX?
Contudo,
definir ou expor alguém, por seus aspectos físicos, não nos deixa muito
distantes da monstruosidade exercida no caso da Vênus Hotentote. Já que,
criamos o péssimo hábito de realizar julgamentos, através das diferenças do
corpo, tratando-os como anormal.
No
entanto, qual o problema em ser negro, baixo e gordo? Ou branco, alto e forte?
Pois
nenhuma característica física torna alguém mais ou menos idôneo! Então, o que
nos torna tão diferentes?
RICARDO TORQUATO
Graduando em Educação Física – Licenciatura,
ULBRA Gravataí.
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